sexta-feira, dezembro 30, 2016

O principio básico das Religiões Monoteístas é Amar a Deus sobre todas as Coisas!

«Acaso, não vos prolongamos as vidas, para que, quem quisesse refletir, pudesse refletir, e não vos chegou o admoestador?» — (Alcorão, 35:37).

Prezados Irmãos, Saúdo-vos com a saudação do Islão, "Assalam alaikum", (que a Paz esteja convosco), que representa o sincero esforço dos crentes por estender o amor e a tolerância entre as pessoas, seja qual for o seu idioma, crença ou sociedade.

O princípio básico é o de amar a Deus sobre todas as coisas; mas para que seja completo deve continuar: E o seu próximo como a si mesmo, por amor a Deus. Como resultado da crença em Deus e da irmandade dos seres humanos, a humanidade deverá, necessariamente, viver uma vida de amor, harmonia, cooperação e paz. Todas as leis de Deus foram reveladas com o objetivo de enfatizar esta questão. Os Profetas de Deus, paz esteja com eles, em épocas diferentes, mostraram à humanidade que a religião de Deus é sempre a mesma, que os seres humanos são irmãos, sem qualquer inimizade ou conflito entre eles, que o espírito de sua mensagem é sempre a mesma; que Quem os criou foi Um e que o fundamento da sua religião é um só, sem possibilidade de contradição ou diferença entre eles.

O Alcorão diz, textualmente: "Deus prescreveu-vos a mesma religião que havia instituído para Noé, a qual te revelamos, a qual havíamos recomendado a Abra- ão, a Moisés e a Jesus, (dizendo-lhes): Observai a religião e não discrepeis acerca disso; na verdade, os idólatras se ressentiram daquilo a que os convocaste. Deus elege quem Lhe apraz e encaminha para Si o contrito". (Alcorão 42:13).

Este texto, sem dúvida alguma, é um testemunho que a religião de Deus é a mesma, em todos os tempos; no Alcorão há muitos exemplos a este respeito, tais como: "Na verdade, inspiramos-te (ó Muhammad), assim como inspiramos Noé e os Profetas que o sucederam; assim, também, inspiramos Abraão, Ismael, Isaac, Jacó e as tribos, Jesus, Jó, Jonas, Aarão, Salomão, e concedemos os Salmos a David". (Alcorão 4: 163) . "Dize: Cremos em Deus, no que nos tem sido revelado, no que foi revelado a Abraão, a Ismael, a Isaac, a Jacó e às tribos; no que foi concedido a Moisés e a Jesus e no que foi dado aos Profetas por seu Senhor; não fazemos distinção alguma entre eles, e nos submetemos a Ele". (Alcorão 2:136).

Quem ler o Alcorão poderá ver que as Suras (Capítulos) mais largos do Alcorão enobrecem e dignificam a Jesus e a Virgem Maria. O Alcorão também menciona e esclarece alguns dos milagres de Jesus e narra outros milagres que não se encontram no próprio Evangelho, como por exemplo, pássaros feitos de barro aos quais, Jesus deu vida por meio de um sopro, com a permissão de Deus, e também menciona o fato de que Jesus falou para as pessoas desde o berço. Em outros dois longos Capítulos do Alcorão se referem a Jesus: o primeiro é "Maria” (surata 19) e o segundo é "A Família de Imran"(surata 03), que era a família de Maria. Nestes capítulos nos é dito como Maria, que era imaculada, deu à luz a Jesus e como foi também uma concepção imaculada: "E recorda-te de quando os anjos disseram: Ó Maria, é certo que Deus te elegeu e te purificou, e te preferiu a todas as mulheres da humanidade! Ó Maria, consagra-te ao Senhor! Prostra-te e genuflecte, com os genuflexos! Estes são alguns relatos do incognoscível, que te revelamos (ó Muhammad). Tu não estavas presente com eles (os judeus) quando, com setas, tiravam a sorte para decidir quem se encarregaria de Maria; tampouco estavas presente quando rivalizavam entre si. E quando os anjos disseram: Ó Maria, por certo que Deus te anuncia o Seu Verbo, cujo nome será o Messias, Jesus, filho de Maria, nobre neste mundo e no outro, e que se contará entre os diletos de Deus. Falará aos homens, ainda no berço, bem como na maturidade, e se contará entre os virtuosos". (Alcorão 3: 42-46).

O Alcorão se dirige aos adeptos do Livro (Judeus, Cristãos) para mostrar claramente a alta posição que Jesus ocupa perante Deus: "Ó adeptos do Livro, não exagereis em vossa religião e não digais de Deus senão a verdade. O Messias, Jesus, filho de Maria, foi tão-somente um mensageiro de Deus e Seu Verbo, com o qual Ele agraciou Maria por intermédio do Seu Espírito. Crede, pois, em Deus e em Seus Mensageiros e não digais: Trindade! Abstende-vos disso, que será melhor para vós; sabei que Deus é Uno. Glorificado seja! Longe está a hipótese de ter tido um filho. A Ele pertence tudo quanto há nos céus e na terra, e Deus é mais do que suficiente Guardião." (Sagrado Alcorão 4: 171).

Os Muçulmanos acreditam que Jesus foi tão somente um Profeta de Deus, conforme também referido no Evangelho: — Segundo S. Mateus 21:10-11: «Quando Jesus entrou em Jerusalém, toda a cidade ficou agitada e perguntava: "Quem é este?" A multidão respondia: "Este é Jesus, o profeta de Nazaré da Galileia". — Segundo S. Lucas 24:19: «"O que aconteceu com Jesus de Nazaré"! Responderam eles. "Ele era um profeta, poderoso em palavras e em obras diante de Deus e de todo o povo”». — Segundo S. Lucas 13:33: «Mas preciso prosseguir hoje, amanhã e depois de amanhã, pois certamente nenhum profeta deve morrer fora de Jerusalém!» — Segundo S. Lucas 7:16: «Todos ficaram cheios de temor e louvavam a Deus. "Um grande profeta se levantou dentre nós", diziam eles. "Deus interveio em favor do seu povo"». — Segundo S. João 6:14: «Depois de ver o sinal milagroso que Jesus tinha realizado, o povo começou a dizer: "Sem dúvida este é o Profeta que devia vir ao mundo"». — Segundo S. Marcos 6:4: «Jesus lhes disse: "Só em sua própria terra, entre os seus parentes e em sua própria casa, é que um profeta não tem honra"».

Os Muçulmanos acreditam que Jesus é um servo de Deus, conforme referido no Evangelho segundo S. João 13:16, no Evangelho segundo S. Mateus 12:18, nos Atos dos Apóstolos (Versão Standard Revista) 3:13, Nova Bíblia Americana, 4:27, New King James Version, 3:26, e Versão Internacional, 4:30).

Os Muçulmanos põem nomes aos seus filhos e filhas Issa (Jesus) e Maryam (Maria), respectivamente. Estas são as crenças que os muçulmanos são ordenados a crer sobre Jesus, que abrem os seus corações a estes ensinamentos e facilitam a convergência e cooperação entre muçulmanos e cristãos. E o Alcorão, mostra, claramente, que os verdadeiros cristãos são os mais próximos dos muçulmanos devido a moral e as virtudes que compartilham com eles, dizendo: “Encontrarás que os que estão mais próximos em afeto aos que crêem são os que dizem: Somos cristãos. Isso é porque existem padres e monges entre eles e não são soberbos”.

O Profeta Muhammad (p.e.c.e.) disse: "Ó muçulmanos, conquistareis o Egito, quando o fizerdes, devereis ser gentil com os cristãos!". O quarto califa, Ali (r.a.), costumava dizer aos cristãos: "Nós não queremos evitar que acrediteis no cristianismo, mas sim, que deveis obedecê-lo" e há inúmeros exemplos como estes.

O próprio Profeta Muhammad (p.e.c.e.) fez da sua Mesquita em Medina, um local de culto para os seus hóspedes cristãos! E quando os muçulmanos fizeram da grande Mesquita Omíada, em Damasco, um templo comum para muçulmanos e cristãos, que entravam pela mesma porta, mas tinham a Mesquita dividida em dois, onde costumavam fazer as orações.

Este foi o resultado inevitável do entendimento, a proximidade e a relação que existia entre estas duas religiões reveladas, naqueles tempos. Eles coincidiam em propósitos e objetivos, e não havia oposição na sua essência e origem. É bem conhecido, a este respeito, que Omar (r.a.), o segundo Califa, quando ele entrou em Jerusalém, recusou a oferta para fazer a oração no Santo Sepulcro, para evitar que os muçulmanos, no futuro, tentassem converter a Igreja ou parte dela, em uma Mesquita.

O último Profeta de Deus, Muhammad (p.e.c.e.), ordenou aos muçulmanos para serem amáveis com os judeus e os cristãos, porque eles eram os seguidores das duas religiões reveladas anteriormente. E ele disse: "Quem causar mal a um cristão ou a um judeu será meu inimigo no Dia do Juízo e pagará por isso", e disse: "Sede amáveis com os cristãos".

Se a humanidade em geral não é capaz de se livrar de seus preconceitos e trabalhar pela tolerância religiosa, a situação será terrível e Deus nos repreenderá no Além, por cada um de nossos erros, por nosso fanatismo e discórdia, pois são estas as que aumentam a devastação, a agonia e derramamento de sangue.


Wassalam. M. Yiossuf Adamgy – 29/12/2016