sábado, outubro 26, 2013

A MODERAÇÃO NO ISLAM

Centro Islâmico de Brasília-DF - Khutuba : Sheikh Othaman Sharif 

O Louvor é para Allah(SWT). Nós O exaltamos, imploramos Sua ajuda e rogamos pelo Seu perdão. Aquele a quem Allah orientar não se desviará, e aquele a quem Allah permite que se desvie ninguém poderá orientá-lo. Testemunho que não há outra divindade além de Allah, o Único, e que Ele não tem parceiros. E testemunho que o Muhammad(SAAW) é Seu servo e mensageiro, que a paz e as bênçãos de Allah estejam com ele, com seus familiares, seguidores e companheiros até o Dia do Juízo Final.

A moderação e o equilíbrio são das mais destacadas particularidades da civilização islâmica. Esta particularidade quer dizer mediar ou empatar entre dois extremos opostos, de maneira que um deles não influencie sozinho e expulse o extremo oposto, de maneira que um dos extremos não leve mais que o seu direito e domine o seu extremo injustamente. Esta é a moderação e equilíbrio dignos de uma mensagem universal e eterna, que veio para abranger todos os cantos do mundo e todas as épocas do tempo.

Assim, você vê a civilização islâmica unir entre a espiritualidade e a matéria, ou entre as necessidades do espírito e as necessidades da matéria, unir entre as ciências da religião e as ciências da vida, se preocupar com a vida mundana como se preocupa com a Vida Eterna. Da mesma forma, une entre o idealismo e o realismo, e também, tem equilíbrio entre os direitos e os deveres.

A moderação leva em conta as habilidades e as capacidades humanas. Dessa forma, uma pessoa moderada não sobrecarrega aos demais nem tampouco tem opiniões extremas. Aquelas pessoas que utilizam princípios inviáveis se afastam da realidade, porque a moderação tem uma influência direta na vida das pessoas. Portanto, devem ser consideradas as capacidades individuais, sociais, nacionais e internacionais.

“Fizemos de vocês uma comunidade moderada e justa, de modo que fossem testemunhas perante a humanidade [da chegada dos Profetas anteriores], assim como o Mensageiro será testemunho para vós”. (Alcorão 2: 143).

Sempre que o profeta teve que escolher entre duas opções, escolhia a mais simples, desde que não envolvesse em pecado”.

Quando o Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) enviou Mu'adh Ibn Jabal e Abu Musa Al Ash'ari para chamar o povo do Iêmen para o Islam, disse: “Facilitem (os assuntos religiosos para as pessoas) e não os torne difíceis. E mais, levem a eles boas novas e não os afastem do Islam, e obedeçam uns aos outros”.2 Esse é o princípio básico da da’uat.

O Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) disse: “As coisas mais queridas de Allah são aqueles que adotam um caminho do meio termo e moderado"

O Islam é o meio termo entre as religiões. Aqueles que contemplam a fé islâmica descobrirão que ela adota um caminho que está situado em um meio termo entre as outras religiões. O Islam é o meio termo entre o judaísmo e o cristianismo.

Oh Allah, concede-nos o sucesso em todos nossos assuntos e faz que cooperemos no que é correto e na devoção. Peço-Te nosso Senhor, Exaltado seja, que nos conceda a razão, a verdade, a palavra e nos proteja dos desvios do caminho correto. Certamente és o Mais Generoso.

A ultima suplica que desejamos dizer é: Todos os louvores sejam para Allah, Senhor do Universo e que a Paz e as Bênçãos de Allah desçam sobre nosso Profeta, sua família e companheiros.

Anas (R) relatou que chegaram três homens a casa das esposas do Profeta (S) inquirindo pelos atos dele quanto ao culto. E, uma vez informados, aquilo lhes pareceu insuficiente, e disseram: “Não estamos em condição de nos compararmos ao Profeta, pois que lhe foram perdoadas as faltas, tanto anteriores quanto posteriores.” Um deles disse: O que farei será permanecer-me durante a noite, em oração, por toda a vida.” O segundo disse: “E eu jejuarei durante o dia pelo resto da minha vida” O terceiro disse: “Eu me privarei de relacionar-me com as mulheres, e jamais me casarei.” Mais tarde, o Mensageiro de Deus (S) disse:” Fostes vós que dissestes isto e aquilo? Se é assim, juro-vos por Deus que sou o que mais teme a Deus e o mais devoto; mesmo assim, observo o jejum e o quebro, e me levanto para orar à noite, mas também me deito, e também me caso com as mulheres. Então, quem se recusar a seguir o meu exemplo não será dos meus.” (Mutaffac alaih)

Ibn Mass’ ud (R) relatou que o Profeta (S) disse: “ Os extremistas (na pratica da religião) buscam a as própria perdição.” E repetiu isso três vezes. (Musslim)

Abu Huraira (R) relatou que o profeta (S) disse: “A pratica da religião é fácil, e a religião é mais forte do que o fanatismo. De sorte que, cumpri com vossos deveres de modo apropriado, sincero e comedido, e sede otimistas; auxiliai-vos com as orações pelas manhãs e pelas tardes, e durante uma parte da noite, pois com regularidade e moderação, alcançareis o vosso almejo (o Paraíso).”

Assalamu Aleikom wa Ramatulahi wa Baraketuhu!

sexta-feira, outubro 25, 2013

AL DIN AL NASSI’AH - Primeira Parte.

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus)

Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus, o Beneficente e Misericordioso) JUMA MUBARAK

AL Din - a Religião , é o código de vida para o muçulmano, um bem muito precioso, que deve ser partilhado com outros. É o exemplo da riqueza, que deve ser repartido através do Zakate (contribuição obrigatória) e do Sadaká (a facultativa). Essa solidariedade que a própria religião nos ensina, pode denominar-se de “AL Nassi’ah”. A conjugação destes dois factores, a religião e a solidariedade, origina as palavras “AL DIN AL NASSI’AH. São só duas palavras, mas com um significado muito abrangente. São vários os exemplos na língua árabe de duas palavras que dão ênfase a uma situação. Para melhor entendermos essa importância, vamos recorrer ao significado de duas famosas palavras do Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam), quando se referiu à importância da Peregrinação a Maka, dizendo: “O Haj é Arafah”. Estas duas palavras reflectem a importância de Arafah no cumprimento do Haj. Se o peregrino cumprir com os rituais do Haj, tais como, o Tawaf (circundar a Casa de Deus 7 vezes), percorrer também 7 vezes os montes Safa e Marwa, permanecer em Miná e em Muzdalifa, atirar as pedrinhas aos sheitanes (diabos) e cumprir com o Curbani (sacrifício), mas se por qualquer motivo não permanecer em Arafaf no dia e no tempo prescrito, então deverá fazer um novo Haj. Apesar da “estadia” em Arafah ser só por poucas horas em relação aos 5 dias do Haj, acaba por ser determinante para se considerar a peregrinação completa.

A Religião sem solidariedade , não fica completa. As palavras AL DIN AL NASSI’AH encerram uma importância extrema para o crente e podem ser explicadas utilizando o exemplo do mel que não pode ser consumido imediatamente depois de colhido nas colmeias, pois o mesmo contém diversas impurezas, incluindo favos e restos de abelhas. Depois de filtrado (purificado), então estará apto para ser introduzido no mercado e para ser consumido. Porque uma das características do ser humano é o esquecimento, deve preocupar-se em relembrar e melhorar os seus conhecimentos religiosos. Sem conhecimento (ilm), não é possível o Ibadat (adoração a Deus). Se não relembrarmos, associaremos à adoração, rituais, usos e costumes contrários à pureza da religião. O crente deve assumir uma preocupação constante para “purificar-se” de tudo o que é estranho à religião.

Para que o crente seja de facto muçulmano (submisso a Deus), deverá constantemente purificar e renovar essa condição, de modo a estar sempre com a fé fortalecida. Também chamamos a essa condição de DIN NASSI’AH . Consideremos os 5 pilares do Islam, como os 5 pilares que suportam uma tenda, na qual nos abrigamos. Se dois ou mesmo um dos pilares se encontrar danificado, a estabilidade da tenda ficará comprometida. Se a fé estiver doente, deve-se procurar o remédio certo para a cura. Com os pilares firmes que sustentam a fé, o crente terá todas as condições para viver em Paz com o Criador, com a natureza e com todos os que o rodeiam. Mas não deve conservar esta preciosidade só para si, deve ser solidário e partilhar com outros crentes, o conhecimento que tem da religião. São estas as advertências que encontramos nas palavras “AL Din AL Nassi’ah” – relembrar, purificar, praticar, aconselhar e solidarizar.

O primeiro pilar - a fé -, deve ser renovado sempre com “ LA ILAHA ILLA LLAH "NÃO HÁ OUTRA DIVINDADE, SENÃO DEUS, A (ÚNICA) DIVINDADE. Estas palavras devem ser recitadas com sinceridade durante toda a nossa vida. São simples palavras que nos ensinam a Unicidade de Deus e para Ele será o nosso retorno. Serão as luzes que iluminarão as nossas sepulturas. Para testemunharmos que Muhammad (Salalahu Aleihi wassalam) é o último Mensageiro e Profeta de Deus, devemos recitar duma forma completa a Shahadah (declaração de fé): “LA ILAHA ILLA LLAH MUHAMMAD RASSULULAH - "NÃO HÁ OUTRA DIVINDADE, SENÃO DEUS, A (ÚNICA) DIVINDADE, E QUE MUHAMMAD É O SEU (ÚLTIMO) MENSAGEIRO. Num longo hadice o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) referiu aos seus companheiros (Radiyalahu an-huma) o que viu num sonho, relativo ao dia da Ressurreição. Entre algumas das passagens, disse “Eu vi uma pessoa entre os meus seguidores a quem a porta do paraíso se tinha fechado quando ela lá chegou. Veio então o seu Kalimah Shahadah - La ilaha illallah - (Não há outra divindade, senão Deus - declaração de fé), abriu-lhe a porta e deixou-a entrar” (At-Tabarni) . SubhanaAllah!!!

A oração , o segundo pilar, é obrigatório para todos os muçulmanos. Para a efectuarmos correctamente, devemos relembrar / aprender, de modo a evitarmos erros que transformem as recompensas em pecados. Para efetuarmos a oração, o primeiro aspecto que devemos ter em conta, é a limpeza do nosso corpo e das nossas roupas. Não basta fazer a ablução (Uzú), se não nos lavarmos convenientemente, por exemplo depois de urinarmos. No referido longo hadice, o Profeta de Deus (Salalahu Aleihi Wassalam) disse também: “Eu vi uma pessoa entre os meus seguidores, que tinha acabado de ser enterrado e quando chegou a hora da punição do túmulo, veio o seu Uzhú (ablução) e salvou-o da punição. Eu vi um homem entre os meus seguidores, que estava ao pé dos Profetas e foi impedido por eles de se sentar ao lado deles. Veio o seu Ghussal (banho obrigatório após o contacto intimo com o seu conjugue) e o fez sentar-se ao meu lado. Eu vi um homem entre os meus seguidores a quem os anjos da punição tinham aterrorizado e entristecido. Vieram então as suas orações ( Salat ) e salvaram-no. Eu vi uma pessoa entre os meus seguidores que estava a andar de joelhos na ponte de Sirat. Veio então o seu Salat (orações) , fê-la levantar-se e ela atravessou a ponte”. SubhanaAllah!!!

In Sha Allah, este tema será concluído no próximo Juma. “Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. Cur’ane 14:41.

Cumprimentos

Abdul Rehman Mangá 24/10/2013 abdul.manga@gmail.com

quarta-feira, outubro 23, 2013

KHADIJAH (r.a.), a Primeira Esposa do PROFETA MUHAMMAD (s.a.w.)

Prezados Irmãos,  

Assalamu Alaikum Wa ráhmatullahi Wa barakatuh:

Em geral, as pessoas esforçam-se para imitar aqueles que lhes são apresentados como modelos e tentar viver uma vida semelhante à destes. Aqueles que vivem as suas vidas de acordo com esses «arquétipos» podem alcançar vidas exemplares, de uma forma muito melhor, enquanto um grande número de indivíduos que não encontraram a orientação em tais modelos vagueiam sem rumo ou direção. Por esta razão, o Alcorão ocasionalmente direciona a nossa atenção para as vidas dos Profetas, paz esteja com eles, fornecendo exemplos de suas ações para que as pessoas possam ver um retrato do crente ideal. O Profeta Muhammad, paz e bênçãos estejam com ele, também é referido repetidamente com os mesmos exemplos para introduzir esse modelo para a humanidade.

Inclusivamente, nesta era supostamente “moderna”, a humanidade não pode livrar-se do hedonismo e da indulgência; assim, a nossa única hipótese de viver em felicidade e prosperidade depende de ter esses mode-los. As comunidades que foram capazes de produzir entre as suas fileiras tais exemplos, até certo ponto, começaram a fazer progressos em prol de tal finalidade. O ideal de que se necessita hoje só se pode alcançar seguindo os passos dos que difundem luz ao seu redor, como as estrelas. Para alcançar a perfeição uma pessoa deve guiar a sua vida conforme o seu modelo.

Segundo o Profeta Muhammad, que a paz e bênçãos estejam com ele, os ilustres Companheiros, aqueles que se encontram entre as melhores pessoas de todas as épocas, são uma fonte rica do tesouro, para solucionar os problemas de hoje em dia, com os seus exemplos de vida.

Deste modo, apresento-vos aqui uma mulher ativa, um modelo supremo, uma pessoa inesquecível, a primeira entre as primeiras, a rainha de todas as mulheres, ou seja, a vida da bendita Khatijah (que Allah esteja satisfeito com ela).

Que seja uma fonte de bem para todos.

Foi assim a vida exemplar de Khatijah (r.a.). O seu lugar ante Deus e o Profeta (s.a.w.) é óbvio. Mas como apreciámos, esta valia foi ganha e não simplesmente entregue a ela. É óbvio que não podemos alcançar uma realização tão eminente sem superar numerosos obstá-culos e todo o tipo de provas que o destino pode trazer.

As pessoas ganham mérito através dos sacrifícios que fazem. Também demonstram como são de verdade com a paciência que exibem face às dificuldades, com o seu valor, e a sua determinação de avançar sem vacilar. Cada momento difícil na história também produziu os seus heróis. Khatijah (r.a.) foi uma das heroínas dos primeiros dias do Islão. Ela viveu uma vida legendária e esta leitura é referida por Deus, assim como o seu servo mais querido, o Último Profeta (p.e.c.e.).

Como poderia ser de outra maneira? Ela foi a primeira confortadora e ajudante a quem o Último Profeta (p.e.c.e.) recorria sempre que se encontrava necessitado. Ela estava não só na vanguarda no que diz respeito à dedicação e ao sacrifício, mas também exemplificou o cúmulo da virtude e nobreza de espírito. Não houve ninguém que pudesse igualar a sua genero-sidade e beneficência. Quantas pessoas endinheiradas há hoje em dia que tenham entregado toda a sua riqueza para Deus e o Seu Profeta (p.e.c.e.) ao ponto de eles mesmos, estando necessitados, precisarem de pão seco e experimentarem o sofrimento da fome? É fácil afirmar que faríamos isto, mas quando surge o momento da verdade, os verdadeiros heróis que podem suportar tais condições – que sacrificaram tudo – são poucos e escassos.

Indubitavelmente, perante o que apreciamos da sua Khatijah (r.a.)? Contemplamos no mundo, alguma vez, pessoas semelhantes a ela?» A história prova que a resposta é, sem dúvida, «não».

Deste modo, aqueles que a admiravam devem esforçar-se para viver uma vida como a sua. De facto, não há melhor maneira do que esta para assegurarmos a bênção de Deus e do Seu Profeta (p.e.c.e.) e sermos recordados depois de termos viajado para o Além.

Sugiro, pois, ao leitor que contemple a sua nobre vida, através da leitura deste livro.

Khatijah (r.a.), a Primeira Esposa do PROFETA MUHAMMAD (s.a.w) Cada momento difícil na história produziu também os seus heróis. Khatija (r.a.) foi uma das heroínas dos primórdios do Islão. Ela viveu uma vida histórica, e essa história é referida pelo Próprio Deus, bem como pelo Seu servo mais amado, o Último Profeta Muhammad (s.a.w.). Explorando o período de gestação do Islão, esta biografia enfoca a história excepcional de uma das mais grandiosas mulheres de todas as épocas, que declarou, incondicionalmente, a sua submissão à Mensagem divina dada através do Profeta Muhammad (s.a.w.). Khatija al-Kubra (r.a.) não é apenas conhecida na história como a primeira pessoa que declarou a sua fé no Islão, mas também como a defensora mais firme e confidente do Profeta Muhammad (s.a.w.) e uma pessoa que foi uma constante fonte de apoio para a primeira comunidade muçulmana. Abordando a sua devoção sem precedentes para a mensagem do Profeta Muhammad (s.a.w.), esta obra evidencia uma personalidade que é um modelo para seguir para todos os homens e todas as mulheres, sejam elas muçulmanas ou não. Por: Asma Lamrabet — Versão Portuguesa de: M. Yiossuf Adamgy — Edição de: Al Furqán Páginas: 80 — Formato: 14,5 X 20,5 cm. — Preço: 5,00 € (c/Iva) Poderá adquirir esta obra na Mesquita de Lisboa (às Sextas-Feiras), ou telefonando para 96 545 96 46, Ou pedindo por e-mail: alfurqan00@hotmail.com ou alfurqan2011@gmail.com

Wassalam. ■