quinta-feira, junho 02, 2011

Abd al Rahman b. Awf - O Sahaba que ganhou uma oração do Profeta SAAS

Bismillah Arhamani Rahim! (Em Nome de Allah O Clemente O Misericordioso)

Queridos irmãos e caríssimos leitores, a palavra Sahaba quer dizer (Aqueles que acompanhavam o Profeta Mohammad). Para se ter um entendimento melhor seria como os discípulos de Iça (Jesus) (AS). Eles o acompanhavam, o defendiam, e muitos deles deram suas vidas pelo  Islamismo e para defender o Mensageiro de Allah! Hoje falaremos de Abd al Rahman b. Awf. Esse companheiro que recebeu uma oração especial do seu lider, Profeta e Mensageiro, Mohammad ibn Abdllah (SAAS), o último dos Profetas de Allah SW.


“Que Allah abençõe o que deste em caridade, e que Allah abençõe o que guardaste para ti mesmo. Oração do Profeta (S) para o Abd al Rahman b. Awf

Ele foi um dos primeiros dentre as oito pessoas que abraçaram o Islam, e um dentre as dez às quais o Mensageiro de Allah (S) havia prometido entrariam no Paraíso. Foi também um dos seis membros do conselho da chura(Chura –o conselho formado pelos Companheiros para discutirem e deliberarem sobre assuntos concernentes ao Estado Muçulmano), no dia em que o novo califa foi escolhido após o assassinato de Ômar b. al Khattab.

Foi ainda uma das poucas pessoas que era consultada quanto aos assuntos religiosos em Madina enquanto o Mensageiro de Allah (S) estava ainda vivo, por causa da sua confiabilidade e do seu grande conhecimento do Islam, que adquirira com o Profeta (S).

No tempo do jahiliya (idolatria), seu nome era Abd Amr(Abd Amr – literalmente, o servo de Amr. Esse nome é inaceitável para um muçulmano, porquanto o indivíduo tão-somente pode ser servo (cultuador) de Allah. Qualquer nome que começar com “Abd” deverá ter, como segundo componente, um dos atributos de Allah); quando ele aceitou o Islam, o Profeta (S) deu-lhe o nome de Abd al Rahman b. Awf (que Allah esteja aprazido com ele, e lhe conceda felicidade).

Abd al Rahman b. Awf aceitou o Islam, antes de o Profeta (S) começar a conclamar as pessoas ao Islam, na casa de Al Arcam(Al Arcam b. al Arcam – Abd Manaf al Makhzumi era um muçulmano em cuja casa os muçulmanos se encontravam secretamente), apenas dois dias após Abu Bakr al Siddik tê-lo aceitado

Compartilhou, juntamente com os primeiros muçulmanos, das perseguições que sofreram pela causa de Allah. Juntamente com eles, ele foi paciente e teve firmeza. Era veraz à sua fé, como eles o eram e, como muitos deles, fugiu para a Abissínia a fim de praticar livremente sua religião.

Quando Allah revelou ao Seu Mensageiro (S) que ele e seus companheiros na fé deveriam migrar para Madina, o Abd al Rauhman b. Awf esteve na vanguarda daqueles que deixaram tudo pela cuasa de Allah e do Seu Mensageiro (S).

Quando o Profeta (S) fez com que cada um dos Ansar tomasse um dos Muhajirum como irmão, ele tornou o Abd al Rahman b. Awf irmão de Saad b. Abi Rabi’a al Ansari. A primeira coisa que este disse para o seu novo irmão foi:

“Ó irmão, eu sou o homem mais rico de Madina; tenho dois pomares e duas esposas. Olha e vê qual dos dois pomares preferes, e te darei os frutos dele; e dize qual das minhas esposas mais te agrada, e eu me divorciarei dela para que possas desposá-la.”

Abd al Rahman disse para o seu irmão dos Ansar:

“Que Allah te abençõe pela tua riqueza e tua família. Eu apenas quero que me mostres onde é o mercado.” Saad mostrou-lhe onde era o mercado, e o Abd al Rahman principiou imediatamente a trabalhar, comerciando, comprando e vendendo. A pouco e pouco, começou a ganhar dinheiro e a economizá-lo. Não demorou muito para que tivesse poupado o suficiente para poder oferecer um dote, a fim de que se casasse. Aconteceu que ele foi ter com o Mensageiro de Allah (S), e o perfume que havia usado para realizar o seu casamento podia ser sentido por todos. O Profeta (S) disse:

“Que elegância, ó Abd al Rahman!”

“Acabei de me casar.”

"Que espécie de dote deste para tua esposa?”

“Dei-lhe o peso dum caroço de tâmara em ouro.”

“Deves dar um banquete”, disso o Profeta (S), “mesmo que tenhas uma só ovelha. Que Allah te abençõe pela tua riqueza!”

O Abd al Rahman iria dizer mais tarde:

“Daquele momento em diante, o mundo material abriu suas portas para mim, e passei a ter tanta sorte, que esperava quase encontrar ouro ou prata debaixo de cada pedra que revirava!”

Na batalha de Badr, o Abd al Rahman lutou valentemente pela causa das suas crenças. Em batalha, ele derrotou o inimigo de Allah, Umair b. Uçman b. Kabal al Taymi.

Na batalha de Uhud ele permaneceu firme, quando quase todos se enfraqueceram, e vacilaram em suas resoluções; e ele não se retraiu quando quase todos do exército fugiram em debandada. Saiu da batalha com mais de vinte ferimentos, alguns dos quais tão profundos, que a mão dum homem cabia dentro deles.

Porém, o jihad que o Abd al Rahman praticava nas batalhas era considerado insignificante em comparação com o jihad que praticava com sua riqueza.

Uma ocasião, o Mensageiro de Alalh (S) precisou prover um batalhão que iria numa missão; reuniu os Companheiros e disse:

“Preciso que me deis dinheiro em caridade para que eu possa enviar uma expedição.”

Abd al Rahman b. Awf foi até a sua casa, e voltou às pressas, dizendo:

Ó Mensageiro de Allah (S), tenho quatro mil dinars, a metade dos quais dou como empréstimo ao meu Senhor(Empréstimo – no Alcorão Sagrado, Allah diz que irá recompensar a caridade na Outra Vida, multiplicando-lhe o pagamento), e a outra metade deixo para minha família.”

O Profeta (S) disse:

“Que Allah abençõe o que dás em caridade, e que Allah abençõe o que guardas para ti mesmo!”

Quando o Mensageiro de Allah (S) resolveu enviar a expedição a Tabuk, a última expedição da sua vida, a necessidade por dinheiro não era menor do que a necessidade por homens, pois o exército dos bizantinos era tão grande quanto estava fortemente armado. O ano anterior, em Madina, havia sido estéril. Com uma tão longa viagem à frente deles, os muçulmanos dispunham de poucas provisões e pouquíssimos animais de montaria. Quando alguns dos muçulmanos iam ter com o Mensageiro de Allah (S), pedindo-lhe que os levasse com ele na expedição, ele os despachava, porque não dispunha de animais para eles montarem. Eles iam embora em lágrimas, porque não tinham meios de comprar o de que necessitavam. Àqueles indivíduos era dado o nome de “Os Chorões”; e o exército foi apelidado de “o exército das circunstâncias difíceis”.

Eis que o Profeta (S) se pôs perante os Companheiros e ordenou-lhes que despendessem tudo o que pudessem pela causa de Allah, na esperança de receberem a recompensa d’Ele. Os muçulmanos se apresentaram em resposta à reivindicação do Profeta (S). Um dos primeiros deles a dar em caridade foi o Abd al Rahman b. Awf, pois deu duzentas medidas de ouro. Ômar b. al Khattab disse para o Profeta (S):

“Acho que o Abd al Rahman está cometendo um pecado, pois ele nada deixou para sua família!”

“Deixaste algo para a tua família, ó Abd al Rahman?”, perguntou o Profeta.

“Sim”, respondeu ele, “deixei-lhes mais do que gastei em caridade, e de melhor qualidade.”

“Quanto?” perguntou o Profeta (S).

“A provisão que Allah e o Seu Profeta (S) têm prometido: excelência e recompensa.”

O exército foi para Tabuk, e aí Allah concedeu um favor ao Abd al Rahman que jamais concedera a nenhum dos muçulmanos. Era chegada a hora da oração, e o Mensageiro de Allah lá não estava, assim que, o Abd al Rahman foi para a frente e começou a dirigir os muçulmanos na oração. Apenas tinham terminado a primeira raka (unidade), e eis que o Profeta (S) se juntou aos adoradores, ficando atrás do Abd al Rahman b. Awf, seguindo os demais enquanto o Abd al Rahman continuava com a oração. Será que poderia haver honra maior do que ser o líder duma oração assistida pela mais nobre entidade de toda a humanidade, aquele que dirigiu os outros profetas na oração(A referência aqui é feita à miraculosa Ascenção do Profeta (S) ao Céu (Al miraj), quando ele dirigiu os profetas na oração) – Mohammad b. Abdullah (S)?

Quando o Mensageiro de Allah deixou este mundo para estar com o seu Mais Elevado Companheiro, o seu Senhor, o Abd al Rahman b. Awf assumiu a responsabilidade de prover as Mães dos Crentes viúvas. Saía a serviço delas, escortava-as quando precisavem viajar, e as acompanhava nas peregrinações. Decorou as liteiras delas com com dosséis verdes (para que fossem reconhecidas por todos), e escolhia para elas as melhores paradas de descanso, nas suas viagens. Aquela era uma das dintinções que fora condedida ao Abd al Rahman b. Awf por Allah, sendo que ele merecia ficar orgulhoso da confiança nele depositada pelas Mães dos Crentes.

A generosidade do Abd al Rahman b. Awf para com os muçulmanos e as Mães dos Crentes era tamanha, que ele chegou a vender uma parte da sua propriedade por quarenta mil dinars, e dividiu o dinheiro entre os Banu Zuhra(Banu Zuhra – a tribo de Amina b. Wabb, mãe do Profeta (S)), os muçulmanos pobres, os Muhajiran, e as viúvas do Profeta(S)(Foi dito por Allah, no Alcorão, que as viúvas do Profeta não poderiam casar-se com ninguém, após ele, pois que eram as Mães de todos os Crentes. Ninguém devaria esperar ganhos terrenos por cuidar delas após a morte do Profeta (S)). Quando o Abd al Rahman enviou para a Aicha (que Allah esteja comprazido com ela) o quinhão que lhe tinha separado, ela perguntou:

“Quem está enviando este dinheiro?” Ao ser-lhe dito que era o Abd al Rahman b. Awf, ela contou que o Profeta (S) dissera:

“Ninguém irá cuidar de vós quando eu me for, a não ser aqueles que tiverem grande paciência.”

A oração feita pelo Profeta (S) para que Allah abençoasse a riqueza do Abd al Rahman continuou a fazer efeito enquanto este viveu. Ele tornou-se o mais rico dos Companheiros. Seus negócios cresciam à revelia, com suas caravanas partindo de Madina e a ela voltando, trazendo para os seus habitantes trigo, farinha, azeite, roupas, utensílios, perfumes, e tudo o de que necessitvam. Então partia de novo, levando o que desejavam vender da sua produção e indústria.

Um dia, a caravana do Abd al Rahman b. Awf estava voltando para Madina, e havia setecentos camelos no comboio. Aquela grande quantidade de animais, todos carregados de mantimentos e mercadorias, fazia uma bulha tal, conforme adentrava a cidade, que o chão era sacudido e o barulho podia ser ouvido por toda parte. Aicha (que Allah esteja comprazido com ela) perguntou:

“Que está a causar tal barulho?” Foi-lhe dito que se tratava da caravana do Abd al Rahman b. Awf: setecentos camelos portando trigo, farinha, e mantimentos, e ela disse:

“Que Allah abençõe o que Ele lhe tem concedido neste mundo! A recompensa, no Outro Mundo, irá ser maior, pois ouvi o Mensageiro de Allah (S) dizer:

“‘O Abd al Rahman irá adentrar o Paraíso, arrastando-se (ou seja, irá entrar no Paraíso, apesar da sua grande riqueza neste mundo).”

Antes de a caravana parar e os camelos se ajoelharem, alguém se apressou a ir dizer para o Abd al Rahman as coisas boas que a Umm al Muminin Aicha havia repetido sobre ele entrar no Paraíso. Tão logo ouviu aquilo, ele apressou-se em ir ver a Aicha, e perguntou:

“Ó mãe, é verdade que ouviste isso do Mensageiro de Allah (S)?

“Sim, é”, respondeu ela, e ele ficou todo contente.

“Se eu pudesse, entraria caminhando. Peço-te que sejas testemunha, ó Mãe dos Crentes, que toda esta cravana, incluindo o seu conteúdo de selas, forros, é agora de propriedade dos muçulmanos, para a causa de Allah"

Daquele brilhante e abençoado dia, em que lhe foi dada a notícia de que iria entrar no Paraíso, em diante, ele teve a uma única preocupação na vida: gastar a sua riqueza em caridade. Dava-a e todos que pudesse, aberta ou secretamente, primeiramente despendendo quarenta mil dirhans em prata, depois quarenta mil dirhans em ouro. Então desfez-se de duzentas medidas de ouro.

Também providenciou quinhentas pratas para os Mujahidun(Mujahidun – aqueles que vão em jihad pela causa de Allah), com cavalos, e, noutra ocasião, providenciou cavalos para mil e quinhentos dos Mujahidun.

Quando o Abd al Rahman b. Awf estava para morrer, ele libertou muitos dos escravos que estavam na sua posse, e deixou um legado de quatrocentos dinars em ouro para cada um dos sobreviventes da batalha de Badr. Todos eles receberam e, note-se, eles somavam uma centena de indivíduos!

Ele ainda legou para cada uma das Mães dos Crentes uma grande soma de dinheiro, sendo que a Umm al Minimun Aicha costumava dizer:

“Que Allah o faça beber da fonte de Salsabil!” (Salsabil – uma nascente no Paraíso reservada para os profetas, os mártires e os mais virtusos dentre os crentes)

Além disso, ele deixou para os seus herdeiros uma riqueza que era muito vasta para ser contada. Deixou mil camelos, uma centena de cavalos e três mil ovelhas. Ele tinha quatro esposas, sendo que o quinhão de cada uma, da oitva parte da sua reiqueza (que era o quinhão das terras dele), somou oitenta mil dinars. As barras de ouro e de prata que foram divididas entre os seus herdeiros precisaram ser cortadas a machados, e precisou de muito esforço, sendo que as mãos dos cortadores ficaram feridas com o trabalho. Tudo isso, graças à oração que o Mensageiro de Allah (S) fez para que Deus abençoasse a riqueza do Abd al Rahman.

Todavia, toda aquela riqueza não levou o Abd al Rahman b. Awf ao extravio, e não o afetou. Quando estava entre os seus escravos, não aparentava ser melhor que eles, em vestimenta ou maneirismo.

Num dia foi-lhe levada comida para a quebra do jejum; ele olhou para ela e disse:

“O Musab b. Umair, que era melhor que eu, foi morto e nada possuía. Pudemos achar apenas uma mortalha tão pequena, que quando a púnhamos sobre sua cabeça não lhe cobria os pés, e vice-versa. Então aconteceu que Allah tornou disponível para nós o que Lhe aprouve, deste mundo. Apenas temo que estejamos recebendo nossas recompensas neste mundo, não no outro.”

Então ele começou a chorar, e saiu soluçando, sem tocar na comida. Que Allah conceda bênçãos e felicidades ao Abd al Rahman b. Awf! O homem mais veraz de toda a humanidade, Mohammad Abdullah (S) prometeu a ele o Paraíso.

O ataúde que o levou ao seu lugar final de descanso foi carregado pelo tio do Profeta (S), Saad b. Abi Waccas. A oração funerária foi dirigida pelo venerável Otman b. Affan, e a procissão foi escoltada pelo futuro Emir dos Crentes, Áli b. Abi Tálib, que disse:

“Alcançaste a vida real, e deixaste atrás de ti a vida que é apenas decepção!”

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"São aqueles aos quais foi dito: Os inimigos concentraram-se contra vós; temei-os! Isso aumentou-lhes a fé e disseram: Allah nos é suficiente. Que excelente Guardião! Pela mercê e pela graça de Deus, retornaram ilesos. Seguiram o que apraz a Deus; sabei que Allah é Agraciante por excelência." (03: 173-174)

ُرِيدُونَ أَن يطفئوا نُورَ اللّهِ بِأَفْوَاهِهِمْ وَيَأْبَى اللّهُ إِلاَّ أَن يُتِمَّ نُورَهُ وَلَوْ كَرِهَ الْكَافِرُونَ

.....Desejam em vão extinguir a Luz de Deus com as suas bocas; porém, Deus nada permitirá, e aperfeiçoará a Sua Luz, ainda que isso desgoste os incrédulos!

Mohamad ziad -محمد زياد

Os Muçulmanos Amam Jesus!

Você que mora no sul do Brasil visite o site: www.islamboy.com.br

duvidas/ informações: info@islamismo.org

Fonte: Dr. Abdulrahman Ráafat Bacha
Tradução: Prof. Samir El Hayek

Nosso agradecimento especial ao irmão Mohammad Ziad que tem nos presenteado com essas pérolas de luz e ao irmão Prof. Samir El Hayek, que para mim representa a grande luz do Islam em toda América Latina, principalmente no Brasil, que Allah Sw os guarde, ilumine os mantenha entre seus eleitos, inshallah!

quarta-feira, junho 01, 2011

As contribuições dos cientistas muçulmanos para a Medicina‏

Por: Dr. Ragheb Elsergany

A medicina é considerada um dos mais amplos campos de ciências da vida para as quais os muçulmanos tiveram contribuições de destaque em toda a sua civilização florescente. Essas contribuições não tiveram precedentes em abrangência, distinção e correção do processo científico. O observador destas contribuições eternas chega a acreditar que não existia medicina antes da civilização dos muçulmanos!!

A inovação dos cientistas muçulmanos não se limitou ao tratamento de doenças, mas eles criaram uma verdadeira abordagem experimental, que refletiram elevada e maravilhosa influência sobre todos os aspectos da profissão médica em termos de prevenção, tratamento, instalações, ferramentas e dimensões humanas e morais que controlam o desempenho médico.

A grandeza das contribuições islâmicas estão claramente vivas na qualificação deste grande número de gênios da medicina que tiveram a grande virtude – após Allah (exaltado seja) - em fazer a marcha da medicina tomar outro rumo, que tem sido adotado por gerações de médicos, até o dia presente.

O início da profissão reside no fato de que desde sua criação e, graças à inspiração de Allah, o homem se deu conta de tipos de medicamentos que se adequam ao seu nível mental e ao seu desenvolvimento humano. Este tipo de medicamento é conhecido como medicina “primitiva”, de acordo com o nível cultural do homem. Por isso, lemos que Ibn Khaldun cita que “os nômades que viviam em áreas urbanas têm uma medicina construída, na maioria das vezes, sobre experiência limitada, e é aplicada como a herdaram dos chefes de distrito. Parte dela podem ser correto, mas não se baseou em uma lei natural[1].

Quando o Islam surgiu, os árabes, durante a era pré-islâmica, estavam familiarizados com esta medicina primitiva. E o Profeta Muhammad (a paz esteja com ele) incentivou a medicação. Ussama bin Sharik (Que Allah esteja satisfeito com ele) citou que o profeta disse: "Buscai medicação porque Allah não criou uma doença sem ter criado um remédio para ela, exceto a senilidade"[2]. E ficou conhecido que o Profeta Muhammad procurava a medicação com mel, tâmaras e ervas naturais, entre outros materiais, e tais aplicações ficaram conhecidas como "Medicina Profética".

No entanto, os cientistas muçulmanos não se limitaram à "Medicina Profética", eles perceberam que as ciências da vida, incluindo a medicina, exigem uma investigação e observação contínuas e o conhecimento do que as outras nações possuem destas ciências, aplicnado assim, a orientação do Islam, que incentiva os muçulmanosa adicionar tudo o que é útil e a procurar a sabedoria, onde e quando disponível. Por exemplo, os médicos muçulmanos procuraram conhecer a medicina grega nos países islâmicos que foram conquistados. E os califas traziam os médicos romanos, de quem os médicos muçulmanos assimilaram conhecimento rapidamente e traduziram todas as publicações médicas disponíveis. E tal movimento pode ser considerado como um dos maiores acontecimentos da época omíada.

Cientistas muçulmanos gênios da medicina

Contribuição do Irmão: Abdul Mangá Abdul Mangá (abdul.manga@gmail.com)

terça-feira, maio 31, 2011

Manutenção dos Laços Familiares‏

Em nome de Deus o Clemente e Misericordioso


Louvado seja ALLAH, a Ele imploramos ajuda e orientação e buscamos refúgio junto a Ele quanto aos malefícios das nossas almas e as maldades das nossas ações. A quem Allah encaminhar ninguém poderá desviar, e a quem Allah desviar ninguém poderá lhe indicar o caminho certo. Presto testemunho de que não há outra divindade além de Allah, Único, sem parceiros, e presto testemunho de que Mohammad é Seu servo e Mensageiro. Que Allah o abençoe e lhe dê paz bem como a seus familiares, seus companheiros e seus seguidores. O! Servos de ALLAH sejam tementes ao Criador que diz no Seu Livro Sagrado: "AN NISSÁ" 36 – “Adorai a Deus e não Lhe atribuais parceiros. Tratai com benevolência vossos pais e parentes, os órfãos, os necessitados, o vizinho próximo, o vizinho estranho, o companheiro, o viajante...”.

Caros irmãos! Observamos neste versículo que o direito do parente foi mencionado imediatamente após o culto exclusivo à Allah. Isso demonstra a grande importância da preservação dos Laços de Parentesco no Islam, pois representa o aperfeiçoamento da fé em Allah e no Dia do Juízo Final. A recomendação começa com os parentes mais próximos como a mãe e o pai e vai se afastando até alcançar os parentes mais distantes, em seguida os órfãos, os vizinhos, os amigos e os viajantes e assim se generaliza até alcançar o individuo mais distante e estranho que é o viajante; transformando a vida mais agradável na sociedade.

Desde o primórdio da divulgação do Islam O Fortalecimento dos Laços Familiares foi tratado como uma das propriedades de maior destaque desta religião. Relata-se que Hirkel perguntou a Abu Sufyan: “ O que o mensageiro vos ordena? Ele respondeu. Ele orienta a adorar unicamente ALLAH, a praticar orações, ser sincero, ser puro e preservar os laços familiares”. O Profeta Mohammad (S) em todas oportunidades que tinha lembrava seus companheiros da importância da manutenção dos Laços Familiares.

Certo dia Abu Ayub Al Anssarí perguntou ao Profeta (S): “Ó Mensageiro de ALLAH! Orienta-me a respeito de algo que ao praticá-lo garante adentrar o Paraíso. Respondeu: Adore ALLAH e não associe nada à ELE, pratique a oração e a caridade e mantenha os Laços Familiares”. Ao ser revelado ao Profeta o versiculo 92 da surat "AAL ‘IMRAN" - Jamais alcançareis a virtude, até que façais caridade com aquilo que mais apreciardes... Abu Tal-ha relatou ao Profeta (S) que iria doar o seu pomar chamado de “Braihá-a” para seus familiares necessitados.

Então, disse o Profeta impressionado pela atitude de Abu Tal-há: “Em verdade esta doação que fizeste lhe proporcionará lucro garantido” isto significa que ser caridoso com parentes é um excelente investimento para o muçulmano para obter sucesso na outra vida. Vários são os relatos e dizeres do Mensageiro a respeito dos Laços Familiares. Disse o Mensageiro de ALLAH (S): A caridade para com o necessitado vale uma recompensa enquanto que praticar caridade para o parente necessitado tem dupla recompensa, o beneficio da caridade e o da manutenção dos laços familiares.

Destaca-se também a narrativa em que o mensageiro noticiou que O Egito em breve fará parte da nação Islâmica, e recomendou benevolência para com seu povo. Os estudiosos relacionaram esta recomendação ao fato de Hajar mãe de Ismael (AS) e Mariam Al-kutbiya uma das esposas do Profeta Mohammad (S), pertencerem ao povo egípcio. E quando foi revelado ao Profeta (S) o versículo “E admoesta os teus parentes mais próximos.” Ele convocou o povo de Kuraix e disse: Ó filhos de Abd Asshmmis, Ó filhos de Kaab bin Lu-ai, salvem-se do fogo infernal, Ó filhos de Abd Manef, Ó filhos de Hachem, salvem-se do fogo infernal, e por fim disse Ó filhos de Abd Mutalib salvem-se do fogo infernal.

 Ó Fátima salve-se do fogo infernal pois nada poderei fazer por vocês nesta vida e no dia do juízo final a não ser regar nos laços de sangue com benevolência e compaixão. Aqui O Profeta comparou os Laços de sangue à terra fértil que ao ser regada com benevolência e ternura, com certeza, dará bons frutos e compara a ruptura dos laços familiares com um solo árido incapaz de produzir bons frutos.

 O fortalecimento dos laços consangüíneos deve ser através da amizade, da misericórdia, da bondade, da caridade, principalmente aos órfãos e necessitados. O Mensageiro (S) disse: "Por Aquele Que me enviou com a verdade, que Ele não aceitará a caridade daquele que, possuindo parentes necessitados, ele a dá a outros. Por Aquele em Cujas Mãos está a minha alma, no Dia da Ressurreição, Ele não olhará para essa pessoa, não lhe falará e não o abençoará, e terá um severo castigo." Abu Huraira relata que ouvira um homem dizer “Ó Mensageiro de ALLAH, tenho familiares com os quais sempre trato de melhorar os laços, porém, eles desdenham de mim; cuido-os com generosidade, mas eles me maltratam; sou indulgente e compreensivo para com eles, mas eles são malévolos e intransigentes para comigo.” O Mensageiro de ALLAH (S) disse: “Se é assim tal como me contas, seria como se te fizessem engolir cinza escaldante; porém, desde que te mantenhas assim, ALLAH te dará o Seu apoio e te protegerá deles.” Relatado por Muslim.

Não devemos conservar os laços exclusivamente com os parentes que se relacionam conosco. O Profeta de ALLAH (S) disse: "O fortalecimento dos laços familiares não consiste em darmos com generosidade, em reciprocidade, mas darmos aos parentes que cortam os seus laços conosco." Portanto, não devemos condicionar o nosso relacionamento com os parentes à reciprocidade. Allah, O Altissimo, diz: "Temei a Allah, em nome do Qual exigis os vossos direitos mútuos e reverenciai os laços de parentesco, porque Allah é vosso Observador" (4:1).

Ucba Ibn Abi Ámer relatou: "Encontrei-me, um dia, com o Mensageiro de ALLAH (S). Ele pegou na minha mão e disse: 'Ó Ucba, queres que te indique qual é a mais importante conduta das pessoas, neste mundo e no Outro?' Respondi: 'Sim, ó Mensageiro de ALLAH!' Ele disse: 'Deves te relacionar com quem corta as relações contigo, dar a quem te priva, e perdoar quem te causa injustiça.'" Portanto, o fortalecimento dos laços de parentesco aperfeiçoa a nossa fé, aumenta a nossa riqueza e prolonga a nossa vida, no sentido de abençoá-la. O Profeta (S) disse: "Aquele que deseja alcançar uma maior riqueza e uma vida mais farta deve fortalecer os seus laços consangüíneos."

Caros irmãos: O muçulmano consciente é benevolente para com seus parentes e se esforça para fortalecer os laços consangüíneos, não somente afastando-se das questões que geram desentendimento entre os familiares mas também orientando os menos experientes, ajudando os necessitados, prestando um conselho sincero, mantendo um rosto sorridente, e espalha suas saudações entre as pessoas.

Servos de Allah, temei a Ele, pois o Profeta (S) disse: "A pessoa arrependida é amada por Allah, e quem se arrepende de um pecado é como se não o tivesse cometido". Que ALLAH tenha piedade de nós ua SALAMU ALAIKUM!!!

O fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele.” 8:24

Asalamo Alaikom WA WB,

Omar Hussein Hallak

Lealdade na adoração‏

Em Nome de ALLAH Clemente e Misericordioso.


Louvado seja ALLAH, Senhor do Universo. A ELE agradeço, a ELE rogo pelo perdão e a ELE imploro ajuda para alcançar sucesso em todos os atos que LHE agrade. Testemunho que não há divindade a não ser ALLAH, Único e sem associados. E testemunho que Mohammad (SAAWS) é Seu servo e mensageiro, o escolhido dentre Suas criaturas; divulgou a mensagem, zelou por aquilo que lhe foi confiado, aconselhou o povo, aboliu a injustiça e se esforçou ao máximo pela causa de Deus.

Diz ALLAH O Altíssimo na surat "AT TAUBAH" (23 Ó fiéis, não tomeis por confidentes vossos pais e irmãos, se preferirem a incredulidade à fé; aqueles, dentre vós, que os tomarem por confidentes, serão iníquos.24 Dize-lhes: Se vossos pais, vossos filhos, vossos irmãos, vossas esposas, vossa tribo, os bens que tenhais adquirido, o comércio, cuja estagnação temeis, e as casas nas quais residis, são-vos mais queridos do que Deus e Seu Mensageiro, bem como a luta por Sua causa, aguardai, até que Deus venha cumprir os
seus desígnios. Sabei que Ele não ilumina os depravados.) Nos versículos lidos anteriormente, ALLAH O Altíssimo ordena Seu Mensageiro (SAAWS) a esclarecer para as pessoas que preferem coisas mundanas ao amor de ALLAH ao amor de Seu mensageiro e a defesa da Sua religião que, tão logo, verão o que os aguarda de castigo de Quem vos criou, porque ALLAH não concede sucesso àqueles que não submetem-se a ELE exclusivamente. É natural que o ser humano ame seu pai, sua mãe, sua esposa e filhos, como é natural também que se preocupe com seu comercio ou trabalho e que desfrute do conforto de seu lar; mas ALLAH não concede Seu perdão, Sua benção e misericórdia para aqueles que O colocam em segundo lugar ou em segundo plano.

O Profeta Mohammad (SAAWS) relata sobre este assunto: “Nenhum dentre vós é crente até que eu seja mais querido do que seu pai, seu filho e toda a humanidade.” Em outra narrativa semelhante disse: “Nenhum dentre vós é crente até que seus desejos estejam de acordo com que me foi revelado.” Portanto, não existe amizade ou amor para aquele que descumpre as ordens do Criador e do Seu mensageiro. Se o filho faz uso de bebida alcoólica, ele descumpre as ordens de ALLAH e assim perde todo seu direito perante sua família.

Quem faz uso de inebriantes não encontrará sucesso nesta vida e nem na outra; basta lembrar que ao beber, perde sua sã consciência e assim se coloca ao nível de um animal irracional. ALLAH diz na surat AL MÁIDA 90 Ó fiéis, as bebidas inebriantes, os jogos de azar, a dedicação às pedras e as adivinhações com setas, são manobras abomináveis de Satanás. Evitai-os, pois, para que prospereis.91 Satanás só ambiciona infundir-vos a inimizade e o rancor, mediante as bebidas inebriantes e os jogos de azar, bem como afastar-vos da recordação de Deus e da oração. Não desistireis, diante disso? 92 Obedecei a Deus, obedecei ao Mensageiro e precavei-vos; mas se vos desviardes, sabei que ao Nosso Mensageiro só cabe a proclamação da mensagem lúcida. Zahrah Bin Maabd relata que certo dia estava em companhia do profeta quando Omar Bin Khattab disse; Ó Mensageiro de ALLAH eu te amo mais do que qualquer coisa a não ser a minha pessoa. O Mensageiro respondeu: Nenhum de vós é crente até que eu seja mais querido do que a si mesmo.

Então Omar jurou dizendo: Por ALLAH que tu és mais querido do que a mim. Então disse O Mensageiro: Agora sim, Omar completaste a sua fé. É por isto que ALLAH diz na surat AAL ‘IMRAN 31 Dize: Se verdadeiramente amais a Deus, segui-me; Deus vos amará e perdoará as vossas faltas, porque Deus é Indulgente, Misericordiosíssimo.32 Dize: Obedecei a Deus e ao Mensageiro! Mas, se se recusarem, saibam que Deus não aprecia os incrédulos. Caro irmão se lhe for dirigida a seguinte pergunta: Você ama ALLAH,

O Seu Criador e acaso ama o Seu mensageiro Mohammad (SAAWS)? Indubitavelmente responderá que sim. Mas o amor que você sente pelo Criador e Seu Mensageiro deve ser demonstrado com atitudes dignas de um muçulmano e não tão somente com palavras. O amor que sente deve se refletir nas suas orações obrigatórias e facultativas, no jejum, na peregrinação, na pratica da caridade, na recomendação do bem e proibição do mal dentre outras... Se você não pratica o que foi ordenado por ALLAH e Seu Mensageiro: então, não estas sendo coerente. É coerente agradar quem você ama, pois se você ama sua família procura agrada-la da melhor forma. Não existe outra forma de amar ALLAH e Seu mensageiro a não ser seguindo

O Alcorão Sagrado e a tradição do Profeta (SAAWS). Relata-se que: “Quem guarda as três seguintes características desfruta da doçura da Fé:1- Amar ALLAH e Seu Mensageiro mais do que qualquer coisa 2- Se amar alguém; esse amor deve ser por ALLAH 3- E odiar em tornar-se incrédulo tal como odiaria em ser lançado ao fogo”.Saibam que quem colocar o amor de ALLAH e Seu Mensageiro em segundo plano tem um destino doloroso na outra vida, como relatado na surat AN NAZI’AT 35 O dia em que o homem se há de recordar de tudo quanto tiver feito, 36 E a fogueira for exposta visivelmente, para quem a quiser ver, 37

Então, o que tiver transgredido, 38 E preferido a vida terrena, 39 Esse certamente terá a fogueira por morada. 40 Ao contrário, quem tiver temido o comparecimento ante o seu Senhor e se tiver refreado em relação à luxúria, 41 Terá o Paraíso por abrigo.

Caros irmãos, peço a ALLAH que conceda Sua misericórdia a todos nós e a todos os muçulmanos, peço a ELE que firme os nossos passos na senda reta e espero que não sejamos motivo de decepção no Dia do
Juízo Final. AMIN .

Assalamu Aleikom







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“Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele.” 8:24



Asalamo Alaikom WA WB,



Omar Hussein Hallak

Abandono da Oração‏

Louvado seja ALLAH, Senhor do Universo. A ELE agradecemos, a ELE imploramos ajuda e a ELE solicitamos orientação. Testemunho que não há divindade a não ser ALLAH, Único e sem associados. Rogo a ELE que guarde este testemunho para o dia em que nem o dinheiro e nem os filhos terão valor algum. Diz ALLAH O ALTÍSSIMO na surat Annissáa 103 (E quando tiverdes concluído a oração(292), mencionai Deus, quer estejais de pé, sentados, ou deitados. Porém, quando estiverdes fora de perigo, observai a devida oração, porque ela é uma obrigação, prescrita aos fiéis para ser cumprida em seu devido tempo.).


E testemunho que Mohammad (SAAWS) é Seu servo e mensageiro, o escolhido dentre Suas criaturas; divulgou a mensagem, zelou por aquilo que lhe foi confiado, aconselhou o povo, aboliu a injustiça e se esforçou ao máximo pela causa de Deus até o ultimo dia de sua vida.

Abu Huraira (RAA) narrou que o Profeta (SAAWS) disse: “Nada é mais maçante para os hipócritas do que as orações em congregação da Alvorada (fajir) e da Noite (ishá). Se soubessem das virtudes dessas duas orações, certamente que participariam delas, nem que tivessem que chegar a elas arrastando-se”. Este hadith foi confirmado por Bukhari e Muslim.

Caros irmãos muçulmanos: ALLAH louvado seja prescreveu as orações e as fez obrigatória em seu devido tempo e seu Mensageiro (SAAWS) disse que queimaria as casas dos homens que abandonarem as orações em congregação por preguiça. Partindo desta duas referencias o que aguarda aquele que abandona a oração diária e pratica somente a oração de sexta feira ou então aquele que pratica somente as orações no dia do Iid (festividade), ou ainda aquele que não pratica oração alguma.

O Profeta Mohammad (SAAWS) considera os que abandonam a oração Kafir ou incrédulos. Jaber (RAA) contou que ouvira o Profeta(SAAWS) dizer:” A aproximação entre um muçulmano, um politeísta e as blasfêmias é o abandono da oração.”. Buraida (RAA) narrou que o Profeta Mohammad (SAAWS) disse: “ O que nos distingue dos hipócritas é o nosso apego à oração. Portanto, quem a abandonar será culpado de blasfêmia”. Ambos os ditos foram confirmados por Tirmizi.

Os muçulmanos, em diferentes partes do mundo, diariamente são agredidos de todas as formas, invasões, bombardeios, estupros, O Alcorão é rasgado e jogado por incrédulos. Todos nós assistimos diariamente estas agressões e não fazemos nada nem se quer levantamos nossas mãos aos céus em preces. Acaso sabemos o motivo de chegarmos a esta situação.

Adotar a vida mundana como nossa maior preocupação e esquecer do dia do juízo final no qual a oração será nossa primeira prestação de contas. Quem abandonou a oração não vai se sensibilizar com um muçulmano humilhado, pois o elo que os unia foi rompido. O Shaikh Ahmad relatou sua preocuparão com o futuro de nossa comunidade uma vez que de varias famílias somente comparecem as orações os velhos, onde estão os jovens ele questionou, eles são o nosso futuro. Ele exclamou que se continuarem deste mesmo modo vão abandonar o Islam e ingressar em outra religião. Saibam que vamos estar perante a Deus no dia do juízo final e seremos questionados como deixamos nossos filhos, filhas e familiares. O que responderemos? Que fizemos deles grandes comerciantes, bom medico ou um excelente profissional? Do que tudo isso adianta se não tivermos praticado as orações. ALLAH louvado seja nos questionará, Acaso não ouviste o dito de Meu Mensageiro: “Ordenem seus filhos a praticarem a oração desde 7 anos, punam os aos 10 e os abandonem quando adultos.”

Caro irmão, qual será a sua resposta ao ser questionado pelos que estiverem à mão direita? Diz ALLAH O ALTÍSSIMO na surat AL Mudáscir v.38 - 45 “Toda a alma é depositária das suas ações, Salvo as que estiverem à mão direita, Que estarão nos jardins das delícias. Perguntarão, Aos pecadores: O que foi que vos introduziu no tártaro? Responder-lhes-ão: Não nos contávamos entre os que oravam, Nem alimentávamos o necessitado; Ao contrário, dialogávamos sobre futilidades, com palradores, E negávamos o Dia do Juízo”.

No dia do juízo final, toda a humanidade será convidada a realizar a prostação perante ALLAH (SWT) mas só conseguirá realiza-la aquele que era freqüente nas orações durante sua vida terrena. Esta passagem está na surat AL Calam 42 – 43 “No dia em que a perna fica nua, em que forem convocados à prostração e não o conseguirem. Seus olhares serão de humilhação, cobertos de ignomínia, porque foram convidados à prostração, enquanto podiam cumpri-la e se recusaram”.

“Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele.” 8:24

Asalamo Alaikom WA WB,

Omar Hussein Hallak

Ramla bint Abi Sufyan

A Umm Habiba foi aquela que amou a Deus e ao Seu Mensageiro mais do que qualquer coisa no mundo, e temia voltar ao paganismo mais do que uma pessoa teme ser queimada viva.


Nunca ocorrera ao Abu Sufyan b. Háris que alguém do Coraix pudesse negar-lhe a autoridade, ou agir contrariamente aos seus desejos em questões sérias. Ele era o inconteste mestre de Makka, e era reconhecido por todos que ele deveria ser o líder.

Porém, sua filha Ramla, que tinha o matronímico de Umm Habiba, fez arrefecer as ilusões dele quanto àquela sua autoridade, ao repudiar os deuses do seu pai, e aceitar, juntamente com o seu marido, o Ubaidullah b. Jahch, a crença tão-somente em Deus, nada associando a Ele, e na missão do Seu Profeta, o Mohammad b. Abdullah (SAAS).

Abu Sufyan tentou usar todo o seu poder para forçar sua filha e o marido dela a voltarem para o seu culto ancestral. Contudo, fracassou nos seus esforços, porquanto a convicção de fé estava tão profundamente enraizada no coração da Ramla, para ser extirpada pelas invectivas de Abu Sufyan, e estava mui firmemente estagnada para ser abalada pela ira dele. Abu Sufyan ficou tomado de tristeza por causa da acitação da sua filha quanto ao Islam. Ele não sabia como iria ser capaz de comandar o Coraix depois de ter falhado em fazer com que sua própria filha se submetesse à sua vontade, ou de ter evitado que ela seguisse a religião de Mohammad (SAAS).

Quando os coraixitas souberam que o Abu Sufyan estava com raiva da sua filha e do marido dela, puseram-se a agir impetuosamente contra o casal, fustigando-os e perseguindo-os, até que os cônjuges se viram numa situação intolerável em Makka. Então, quando o Profeta (SAAS) anunciou a sua decisão de permitir que alguns dos muçulmanos emigrassem para a Abissínia, a Ramla b. Abi Sufyan, sua filhinha Habiba e o seu marido, o Ubaidullah b. Jahch, estiveram entre os primeiros que abandonaram tudo o que possuíam, a fim de estarem livres para cultuar a Deus, fugindo para a proteção do Najachi, nada levando, a não ser suas crenças.

O Abu Sufyan b. Háris e os seus camaradas, chefes do Coraix, não se conformavam com o fato de que alguns dos muçulmanos haviam escapado da tirania deles e estivessem gozando de conforto e segurança, na Abissínia. Então o Abu Sufyan e sua corte enviaram agentes para Al Najachi, com o fito de o porem contra os muçulmanos, para que ele os entregasse de volta aos líderes de Makka. Os enviados disseram para Al Najachi que os muçulmanos, a quem ele estava a proteger, procuravam insuflar idéias desrespeitosas e insultantes acerca de Jesus e sua mãe, Maria.

Al Najachi mandou chamar os líderes dos muçulmanos emigrados, e perguntou-lhes o que tinham a dizer sobre Jesus, o filho de Maria, e sua mãe. Ele pediu que eles lhe recitassem alguma coisa do Alcorão que havia sido revelado para o profeta deles, Mohammad (SAAS). Quando eles o puseram a par dos ensinamentos do Islam, e lhe recitaram alguns versículos do Alcorão, ele ficou tão comovido, que chorou, e disse:

“Isso que tem sido revelado para o vosso Profeta, Mohammad, e aquilo que foi trazido por Jesus, o filho de Maria, são luzes que vêm da mesma fonte!”

Depois ele declarou sua crença num só Deus, sem ninguém associado a Ele, bem como sua crença na missão do Profeta Mohammad (SAAS). Declarou ainda a sua proteção formal a qualquer muçulmano que escolhesse imigrar para o seu país, a despeito do fato de que os seus bispos se recusassem a aceitar o Islam com ele, e insistissem em permanecer cristãos.

Depois de uma longa e difícil porfia, a Umm Habiba pensou que os novos acontecimentos fossem tornar a vida mais fácil para ela. Achava que tinha chegado a um final feliz de uma amarga jornada, mas não tinha como saber que as suas atribulações estavam apenas começando.

Deus, na Sua profunda e imperscrutável sabedoria, quis que a Umm Habiba passasse por um teste que poderia privar mesmo o mais equilibrado dos homens da sua sanidade mental. Tão-somente Ele sabia que ela iria sair-se do teste com singular sucesso.

Uma noite, a Umm Habiba foi dormir e sonhou que via seu marido, o Ubaidullah b. Jahch, caindo num mar revolto, e enegrecido por pesadas nuvens escuras, e que estava em perigo de morte. Acordou tremendo e horrorizada, mas não querendo contar para o seu marido ou para ninguém o que a assustara tão seriamente.

O significado do sonho tornou-se patente no dia seguinte, quando o Ubaidullah declarou sua rejeição ao Islam e optou por tornar-se cristão. Logo, logo, ele começou a freqüentar as tabernas e a beber quanto podia do vinho maléfico, como se fosse um saco sem fundo. Por fim, ele a intimou com um derradeiro choque, dizendo-lhe que ou ela se tornava cristã, ou ele se divorciaria dela.

A Umm Habiba viu que estava cara a cara com três escolhas, nenhuma das quais fáceis de ser feita. Poderia ceder ao seu marido, que era persistente na sua demanda de que ela se tornasse cristã. Como apóstata, ela iria trazer desgraças sobre si mesma, neste mundo, e castigo no Outro. Não, não poderia fazer aquilo, mesmo que suas carnes lhe fossem arrancadas do corpo com um rastelo de ferro.

Ou ela poderia voltar para a casa do pai, em Makka, onde iria viver em abusiva degradação, por causa das suas crenças religiosas.

Ou poderia permanecer na Abissínia, só e ultrajada, sem família nem protetor.

Por fim, deu-se à escolha que era a mais prazerosa aos olhos do Todo-Poderoso Deus, e que ela realmente preferia. Escolheu ficar na Abissínia até que Deus achasse para ela uma saída para o seu transe.

A Umm Habiba viu que não teve de esperar muito, pois sua sorte apareceu logo após o seu idda1, depois do divórcio do seu marido, que, de qualquer modo, não viveu por muito tempo. Inesperadamente, como uma ave do paraíso que tivesse pousado no telhado da casa dela, bateram à sua porta.

Na luz brilhante das primeiras horas da manhã, a Umm Habiba abriu a porta, e lá estava a Abraha, uma das criadas da corte de Al Najachi, o imperador da Abissínia. Saudando-a calorosamente, pediu permissão para entrar, e disse para a Umm Habiba:

“O rei te envia seus cumprimentos e este recado: que Mohammad, o Mensageiro de Deus (SAAS) pede a tua mão em casamento. Ele enviou uma carta para o rei autorizando-o a ser o seu representante na cerimônia matrimonial, assim que tu poderás escolher alguém para te representar.”

A Umm Habiba ficou hilariante além da conta, e exclamou:

“Que Deus algum dia te dê uma boa notícia como esta!” Como não tinha nenhum dinheiro para dar à Abraha, para expressar sua gratidão por ter-lhe levado tão boa notícia, ela começou a se defazer das suas jóias. Primeiro tirou seus braceletes e suas tornozeleiras, e os deu à Abraha, depois adicionou àquilo seus anéis e brincos. Naquela altura, se ela possuísse todos os tesouros da terra, ela os teria dado de presente para a garota. Por fim, a Umm Habiba disse:

“Aponto como meu representante a Khalid b. Saíd b. al As, pois ele me é o mais achegado.”

O contrato matrimonial foi finalmente assinado no palácio de Al Najachi. Naquele palácio, situado num monte com árvores frondosas, com a frente dando para o verdejante inteiror da Abissínia, encontraram-se os mais eminentes dos Companheiros que residiam naquele país. Liderando a delegação estavam o Jafar b. Abi Tálib, o Khalid b. Saíd b. al As e o Abdullah b. Huzafa al Sahmi. Eles se encontraram com Al Najachi num dos seus espaçosos saguãos que eram decorados com brilhantes mosaicos, iluminados por cintilantes lanternas de bronze, e acarpetados como esplêndidos tapetes. Em meio àquela nobre assembléia, Al Najachi deu um passo à frente e se dirigiu a eles como se segue:

“Louvado seja Deus, o Sacratíssimo, Aquele que concede segurança, o Poderoso. Presto testemunho de que não há outra divindade além de Deus, e que Mohammad é o Seu servo e mensageiro, e que é aquele cuja vinda foi profetizada por Jesus, o filho de Maria.

“O Mensageiro de Deus (SAAS) pediu-me que contratuasse um casamento entre ele e a Umm Habiba b. Sufyan, e estou a obedecer-lhe o pedido e, por ele, estou oferecendo um dote de quatrocentos dinars de ouro. Realizo esta cerimônia matrimonial de acordo com a lei de Deus e do Seu Mensageiro.”

Então ele colocou as moedas de ouro perante o Khalid b. Saíd b. al As. Este se pôs de pé, e disse:

“Louvado seja Deus a Quem dou graças, de Quem busco perdão, e a Quem me volto em arrependimento. Presto testemunho de que Mohammad é o Seu servo e mensageiro, e que Ele enviou a Mohammad com a diretriz religiosa e a verdade, que a sua deverá ser a melhor e a mais forte religião, embora os seus inimigos digam o cantrário.

“Estou a satisfazer o pedido do Mensageiro de Deus, ao dar-lhe em casamento a minha afiançada, a Umm Habiba bint Abi Sufyan. Que Deus abençoe a esposa do Seu Mensageiro. E que Deus conceda a ela felicidade na sua boa sorte, a qual Ele ocasionou a ela!”

Depois ele recolheu o dote e deu-o a ela, e seus companheiros se levantaram para irem embora, mas Al Najachi lhes pediu:

“Sentai-vos, pois a norma que nos foi ensinada por todos os profetas é a de que se dê um banquete quando acontece um casamento!” Ele ordenou que fossem levadas as comidas e, depois que todos comeram, eles partiram.

O resto da estória está contida nos livros de história, como foi relatado pela própria Umm Habiba. Ela disse:

“Quando o dote me foi entregue, eu mandei que fossem dadas cinqüenta medidas dele para a Abraha, juntamente com uma mensagem que enviei a ela dizendo que lhe dera aquele modesto presente, quando ela me levou a notícia da proposta do Profeta (SAAS), porque eu não tinha dinheiro. Pouco depois a Abraha foi me visitar, e me deu de volta o ouro. Levou também uma caixinha contendo as jóias de prata que eu lhe havia dado, deu-as de volta para mim, dizendo:

“‘O rei não quer que eu receba nenhuma recompensa de ti. Ele ordenou também que as mulheres da sua domesticidade te enviem todos os seus perfumes, para que te possas adornar adequadamente, como deve fazer uma noiva.’

“No dia seguinte ela me visitou de novo, dessa vez levando consigo açafrão, sândalo e âmbar–cinzento, e disse:

“‘Tenho um pedido a te fazer.’

“Perguntei-lhe o que poderia ser, e ela disse:

“‘Eu aceitei o Islam, e agora sigo a religião de Mohammad (SAAS); portanto, transmite minhas saudações ao Profeta, e dize-lhe que eu creio em Deus e no Seu Mensageiro. Por favor, não te esqueças!’

“Depois ela me ajudou a fazer as malas e a me vestir para a viagem; e eu fui levada para o Mensageiro de Deus (SAAS), em Madina. Quando eu contei a ele acerca dos trâmites, sobre o que se havia passado entre a Abraha e mim, e de como ela lhe enviava os respeitos, ele ficou jubiloso, e disse:

“‘E que a paz, a misericórdia e as bênçãos de Deus estejam com ela, também!’”

“Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele.” 8:24

Assalamo Alaikom WA WB,

Omar Hussein Hallak

Wahchi b. Harb - O Homem que Matou Hamza Tio do Profeta Mohammad

"Eu matei a melhor pessoa do mundo depois de Mohammad; também matei a pior pessoa.”( Palavras de Wahchi após ter lançado sua lança em Musailima ,falso profeta, comparando com Hamza que ele havia matado na Batalha de Uhud)

Quem foi o indivíduo que feriu o coração do Mensageiro de Deus (SAAS), matando o tio deste, o Hamza b. Abdul Muttalib, durante a batalha de Uhud? Foi o mesmo que abrandou a ira dos muçulmanos ao matar o falso profeta, o Musailima, na batalha de Yamama. Foi o Wahchi b. Harb, o abissínio, com o patronímico de Abu Dasma. Sua estória é ardente e repleta de drama e derramamento de sangue. Deixemos que ele nos conte a estória da sua tragédia, com suas próprias palavras.

A estória de Wahchi

Eu era um escravo pertencente ao Jubair b. Mutim, um dos chefes do Coraix. Seu tio fora morto n batalha de Badr pelo Hamza b. Abdul Muttalib. O Jubair foi tomado de pesar, e jurou pelos ídolos Al Lat e Al Uzza que iria se vingar pela morte do seu tio, matando o matador deste.

Logo depois, os coraixitas concordaram entre si desencadear uma guerra contra os muçulmanos na batalha de Uhud, para que pudessem matar a Mohammad b. Abdullah, e assim vingarem àqueles da sua tribo que morreram na batalha de Badr. Eles separararam os guerreiros, os quais constituíram o seu exército, arrebanharam aliados de outras tribos, prepararam suas armas e seus suprimentos, e deram o comando da sua força para o Abu Sufyan b. Háris.

Abu Sufyan decidiu levar com o exército um grupo de mulheres coraixitas que tinha perdido seus parentes na batalha de Badr. O papel daquelas consternadas damas iria ser instigarem o exército pagão a ir em frente para se vingar, e evitarem que os soldados desertassem e debandassem do campo de batalha. Liderando as mulheres que saíram com o exército, estava a Hind b. Utba, a esposa do próprio Abu Sufyan. O pai, o tio e o irmão dela tinham sido mortos na batalha de Badr.

Quando o exército estava quase pronto para partir, o Jubair b. Mutim se virou para mim, e perguntou:

“Ó Abu Dasma, gostarias de te livrar da escravidão?”

“Quem poderia fazer isso por mim?”, perguntei.

“Eu posso fazer isso por ti”, ele repondeu.

“Como?” perguntei.

“Se vingares a morte do meu tio Tuayma”, disse ele, “matando o Hamza b. Abdul Muttalib, estarás livre do cativeiro.”

“Quem irá garantir que irás cumprir tua promessa?” perguntei.

“Quem tu quiseres”, ele repondeu, “e estou disposto a fazer com que qualquer um testemunhe a promessa.”

“Sendo assim, eu posso fazer isso, e o farei”, disse eu.

Eu sou um abissínio e, como todo africano, quando arremesso uma lança, nunca erro o alvo. Então eu peguei a minha lança e saí com o exército, marchando na retaguarda, perto das mulheres. Aquela luta não era minha, e eu tinha pouco interesse nela, além de obter a minha liberdade.

Sempre que eu passava perto da Hind, a esposa de Abu Sufyan, ou ela passava por mim, e via a lnça na minha mão, cintilando à luz do sol, exclamava:

“Ó Abu Dasma, liberta-te a ti mesmo, e liberta-nos das amarguras!”

Quando chegamos a Uhud, a batalha começou, e eu me pus a procurar pelo Hamza b. Abdul Muttalib. Eu já o tinha visto antes, e sabia como ele era. Não iria ser difícil encontrá-lo, pois ele sempre usava o seu turbante com uma pena de avertruz enfiada nele. Esse era um costume dos guerreiros árabes que eram considerados campeões, para que os inimigos que se consideravam iguais os reconhecessem e os desafiassem em batalha. Logo o encontrei porfiando em seu caminho através das fileiras, feito um garanhão numa manada de cavalos, abrindo caminho entre os inimigos, com sua espada. Ninguém era capaz de se pôr em seu caminho, para estancar a sua progressão.

Eu estava chegando perto dele, escondendo-me atrás de toda rocha ou toda moita que pudesse encontar. De súbito, um guerreiro montado dos coraixitas apareceu. Seu nome era Siba b. Abdul Uzza, e ele gritou:

“Eu te desafio, ó Hamza!”
O Hamza deu um passo à frente, dizendo:
“Venha pegar-me, filho de pagão, venha pegar-me!”
Tão logo o homem se aproximou, o Hamza o derrubou com um golpe da sua espada, que o fez jazer no seu próprio sangue. Naquele ponto, eu senti que estava numa boa posição para o acertar. Ergui minha lança, testando-a de lado a lado da minha mão, eté que estivesse perfeitamente contrabalançada, e a arremessei contra ele. Ela atingiu o seu abdomen, sendo que a ponta saiu por um dos lados dele. Ele deu dois passos cambaleantes na minha direção, e caiu, com a lança ainda enfiada nele; eu a deixei ali até estar certo de que ele estava morto, então retirei-a dele. Depois eu voltei ao acampamento, onde me sentei, pois não queria matar a mais ninguém. Eu tinha feito o que fiz, apenas para conseguir a minha liberdade.

A batalha tornou-se mais intensa, com cargas e retraimentos. Eventualmente, o curso da batalha se tornou desfavorável aos muçulmanos, muitos dos quais foram mortos. Naquele ponto, a Hind b. Utba conduziu umas mulheres até ao campo de batalha, que se puseram de entremeio aos muçulmanos mortos, mutilando-os. Ela os estripava, arrancava-lhes os olhos, cortava-lhes os narizes e as orelhas. Então ela fez um colar e uns brincos de orelhas e de narizes, e se adornou com eles. Ela me deu os seus brincos e o seu colar de ouro, dizendo:

“Estes são para ti, ó Abu Dasma, estes são para ti; guarda-os, pois são valiosos!”

Quando a batalha terminou, eu voltei para Makka com o exército. O Mutim cumpriu sua promessa feita a mim, livrando-me do cativeiro. Tornei-me um homem livre.

O tempo passou, Mohammad tornou-se mais conhecido, e o número de muçulmanos parecia crescer de hora para hora. À medida em que o poder de Mohammad crescia, eu me tronava mais ansioso, eté que senti que estava em sério perigo. Eu permaneci naquele estado até que Mohammad tomou pacificamente Makka com o seu enorme exército. Eu fugi para Al Taif à procura de refúgio. Porém, não demorou muito para que o povo de Al Taif se tornasse favorável ao Islam, e designasse uma delegação para ir encontrar-se com Mohammad e declarar sua conversão à religião dele.

Naquela altura eu comecei a ficar desanimado, pois sentia que não haveria lugar na terra aonde eu pudesse encontrar asilo. Deveria ir para a Síria, ou para o Iêmen, ou para qualquer outro lugar? Conforme eu levava aquilo em consideração, eis que alguém que era bom em dar conselhos, veio a mim, e disse:

“Em que deplorável estado estás, ó Wahchi! Juro por Deus que o Mohammad não executa a ninguém que adere a sua religião, e que pronuncia a declaração de fé.”

Ao ouvir aquilo, logo me preparei para ir a Yaçrib, procurar por Mohammad. Quando cheguei, pedi informações sobre ele, e soube que ele estava na mesquita. Fui ter com ele, sorrateira e cautelosamente, até ficar em pé, perto de onde ele se sentava, e disse:

“Presto testemunho de que não há outra divindade além de Deus, e que Mohammad é o Seu servo e Mensageiro.”

Ao ouvir que alguém enunciava a chaháda1, ele ergueu o olhar. Ao reconhecer-me, ele desviou o olhar, dizendo:

“És tu, ó Wahchi?
“Sim, ó Mensageiro de Deus”, eu respondi; então ele disse:

“Senta-te; explica-me como vieste a matar o Hamza!”

Sentei-me e me pus explicar tudo. Quando terminei, ele virou o rosto, dizendo:

“Eis que tu trouxeste desgraça sobre ti mesmo, ó Wahchi! Tira teu rosto da minha visão, pois não posso suportar olhar para ele, de agora em diante!”

Daquele dia para a frente, eu fazia tudo para evitar ser visto pelo Profeta (SAAS). Quando os Companheiros se sentavam em frente a ele, eu procurava me sentar atrás deles. Continuei a fazer aquilo até à morte do Mensageiro de Deus (SAAS).

Embora eu viesse a saber que a aceitação do Islam significasse o perdão dos pecados anteriores, eu jamais pude superar a vergonha quanto ao desastrado feito por mim cometido, pois sabia que aquilo tinha causado uma terrível perda para os muçulmanos e o Islam. Comecei a manter os olhos abertos, esperando uma oportunidade para compensar o mal que havia feito.

Quando o Profeta (SAAS) não mais se achava no nosso meio, mas no Paraíso com o seu Senhor, e a liderança da comunidade passara para o Abu Bakr, muitos dos beduínos, incluindo os de Banu Hanifa, apostataram quanto ao Islam, escolhendo seguirem o falso profeta, o Musailima. O califa aprontou um exército para encetar a guerra contra o Musailima, para que aqueles que se desviaram pudessem voltar para a religião de Deus. Eu disse a mim mesmo:

“Por Deus, ó Wahchi, esta é a tua chance! Não a desperdices! Se a desperdiçares talvez não haverá outra!”

Assim, eu parti com o exército, levando comigo a lança com a qual eu havia matado o Príncipe dos Mártires, o Hamza b. Abdul Muttalib. Eu havia jurado ou matar o Musailima, ou morrer como mártir.

Quando a força muçulmana adentrou o pomar onde o Musailima e suas cortes se refugiavam, e a batalha teve começo, eu me pus a procurar pelo Musailima. Encontrei-o de pé, com sua espada em riste, ao mesmo tempo em que divisei um homem dos Ansar a procurar por ele, assim como eu. Eu estava numa boa posição de ataque, assim ergui minha lança, certifiquei-me de que estava perfeitamente contrabalançada, mirei, e atirei. A lança atingiu o alvo.

Naquele mesmo momento, o homem dos Ansar pulou à frente em direção ao Musailima, desfechando-lhe um forte golpe com sua espada. Somente Deus sabe qual dos golpes matou o Musailima. Se foi o meu, então eu havia matado a pior pessoa sobre a terra, após ter matado a melhor das pessoas, depois de Mohammad (SAAS).

“Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele.” 8:24

Asalamo Alaikom WA WB,

Omar Hussein Hallak